sexta-feira, 10 de junho de 2011



CLARO COMO A ÁGUA



Prescila Alves Pereira

PRA QUE FINGIR?
MENTIR PRA SI MESMO?
NÃO SE PODE ENGANAR O PRÓPRIO CORAÇÃO...
QUANDO O SENTIMENTO VEM...
FUGIR É ATO EM VÃO.
NÃO HÁ LUGAR ONDE SE POSSA ESCONDER,
PORQUE NO CORAÇÃO
NINGUÉM MANDA.
O SENTIMENTO TOMA CONTA,
INVADE O PEITO
INUNDA A ALMA...
NINGUÉM CONTROLA...
NINGUÉM APAGA...
INFELIZMENTE...NEM TODO MUNDO
ENTENDE...
QUE O AMOR ACONTECE
SEM PREVISÃO...
SÃO COISAS DO CORAÇÃO...DO CORAÇÃO.



DEIXE-SE AMAR

Prescila Alves Pereira

Liberte-me do medo de amar,
De expor meus sentimentos e de viver com plenitude,
cada instante ofertado pelo tempo.
Invada minha alma,
percorra suas mãos sobre minha pele,
Deleite-se por meu interior.
Fixe sua face em minha memória,
Divida comigo parte de sua história,
De vida aos seus sonhos...
Reproduza seu reflexo junto ao meu reflexo,
Conduza-me até ao palco de sua mente,
Permita-me fazer morada em seu presente,
Quero desvendar os seus segredos,
Me enlouquecer com seus beijos,
Sentir seu corpo junto ao meu,
Saborear o sabor de sua boca,
Me embebedar em seus olhos calmos e serenos,
Me deixa te amar...permita-me amanhecer contente,
Feliz...sorridente!!!
Tu és a estrela desconhecida dos sonhos meus,
A estrela que estava longe de meu alcance,
Ofuscando a idéia do saber,
Percorri todos os mares,
Norte, Sul, Leste e Oeste,
Portugal, França, Itália, Líbano, Egito, Grécia e não lhe encontrei,
O tempo passava, a esperança desvanecia,
Mas...lhe encontrei aqui, pertinho de mim.
Eu nasci pra você e você nasceu pra mim,
Liberte-se do medo de amar, me ame e deixa eu te amar,
Desfaça das barreiras que o impede de viver um novo amor,
De ser feliz, de aceitar o que a vida lhe traz,
Está na hora de nossas almas se encontrarem e sorrirem,
Abandone os conceitos pré-estabelecidos,
Ame e deixe se amar.





















Para o DIA DOS NAMORADOS:








CARÍCIAS OUSADAS

Autora: Prescila Alves Pereira

Deixa eu te acariciar com as palavras,
Deixa-me dar a você todo o carinho que lhe dedico.
Através das palavras,
Deixa-me demonstrar todo amor que sinto
Por meio das palavras.
E através destas
Sentir seus lábios junto aos meus lábios
Sentir sua respiração ofegante
Seu coração acelerado, competindo com o meu.
Com minhas mãos, me deixa acariciar sua pele;
Tocar cada centímetro, cada poro;
Descobrir cada segredo esculpido pelo escultor maior.
E deixa-me sentir suas mãos másculas tocar cada centímetro de meu corpo
Deixa-me amar através das palavras e assim também me ame,
E passo a passo, num só compasso,
Alcançarmos o êxtase de dois corpos eloqüentes,
Ardentes, sedentos de amor, paixão, prazer...
Se não pode ser real,
Que seja por meio das palavras
Deixa-me te acariciar por meio das letras,
Palavras ousadas, sentidas, queridas,
Que expressam um sentimento quase impossível.
Se não pode ser real,
Que seja eterno.


HISTÓRIAS DE LUANA

I – Os sonhos de Luana

AUTORA: Prescila Alves Pereira Francioli
Contadora, escritora, palestrante, bacharel em Direito, bacharel em matemática e especialista em educação matemática.

Luana, uma garotinha de oito anos de idade, morava no Sítio Paz, no patrimônio de Santa Lúcia, município de Campo Mourão/PR. Possuía características físicas: pelo de cor morena clara, cabelos lisos pretos, olhos castanhos amendoados e imensamente misteriosos, espírito alegre e versátil.
Luana estudava em uma escolinha a uma distância de aproximadamente dois quilômetros de sua moradia. Ia a pé toda a manhã, fizesse sol, chuva, calor ou frio, não importava. Sua família de condições econômicas humilde. Seu pai, que a amava muito, levantava todas as manhãs para preparar o café com pipoca caipira salgada, ou fritar bolinhos de chuva, ou ainda, fazer uma farofa de ovos caipira. Tudo retirado da terra vermelha da propriedade onde moravam. Feito o café, chamava Luana pra ir tomar e se vestir pra pegar a estrada. Feito isso, Luana pegava sua mochila com o material escolar, e ainda escuro, sem medo de nada, subia o morro, passando por meio do milharal, que deixava suas vestes toda molhada, em virtude do orvalho. Mas o fato das roupas ficarem molhadas, não lhe incomodavam. O que Luana queria, era aprender tanto quanto fosse possível. Ao término da aula, ela, sua amiga Luciene e seu amiguinho Jaime, pelo qual Luana suspirava, retornavam pra casa cantarolando e brincando de pega-pega.
Ao chegar em casa, saborear as costeletas de porco com mandioca e virado de couve, Luana arrumava a cozinha pra sua mãe. Terminado suas tarefas domésticas, a menina Luana pegava um livro e ia pro pasto sentar-se a sombra de sua amiga árvore preferida, amiga essa com quem ela falava normalmente sobre seus sonhos e juntas admiravam o rio que passava logo abaixo. Luana confidenciava pra sua amiga árvore, que logo, logo ela iria embora, não porque não gostasse do lugar, ao contrário, ela amava aquele lugar. Ela iria embora, pra estudar muito e tornar-se uma grande escritora, uma grande atriz e se desse, uma estilista famosa. Retornava seus misteriosos olhos para o livro e folheava-o até a biografia do autor, e dizia: amiga árvore, um dia alguém irá ler a minha biografia em um livro que eu tenha escrito, eu te prometo. Em sua cabecinha de menina sonhadora, acreditava ela, que a amiga árvore lhe respondia: eu acredito em você.
Após essa confidência, estendia seus misteriosos olhos para o infinito, imaginando o dia em que poderia descobrir os mistérios que estavam fora daquele lugar que lhe era tão querido. Deitava sob a sombra, e suspirando, voltava a ler.
Aos dez anos, Luana foi embora a busca de melhor escola. Estudou muito, terminou com honra o primário, o ensino fundamental e sonhava em fazer artes cênicas. Durante o segundo grau, participava de um grupo de teatro do município de Campo Mourão, sempre conseguia os melhores papéis. O público que assistia às peças ficavam vidrados com sua interpretação e aplaudiam em pé. Os rapazes se apaixonavam pela voz doce, a maestria e forma contagiosa com que representava, mandavam flores e lhe assediavam, todos sonhando em tê-la como namorada. As moças sonhavam em parecer-se com ela. Não possuía beleza extraordinária, mas seu magnetismo, sua doçura e olhar misterioso eram incontestáveis. Outros se condoíam de inveja e perguntavam a si mesmos: o que há nessa garota que embebeda à todos que a vêem representando. Nas entrevistas de rádio, o locutor parecia ver apenas ela, e a ela fazia quase todas as perguntas. Ninguém sabia explicar o que havia naquela garota.
Os dias passavam, e onde ela ia apresentar-se, era a mesma coisa, magnetismo de todos os que a assistiam. Terminado o segundo grau, Luana tinha que prestar vestibular, e fez de tudo pra conseguir ingressar no curso de artes cênicas. O curso era em Curitiba, e seus pais não tinham condições de mantê-la lá. Tentou conseguir bolsa, mas seus esforços foram em vão. Com os olhos tristes e emaranhados em lágrimas, foi até a única faculdade que tinha em Campo Mourão, pra se inscrever no vestibular. Perguntou pra moça que estava atendendo: qual o curso mais concorrido? A atendente respondeu: Ciências Contábeis. A resposta veio em prontamente: então é nesse que vou me inscrever.
Na data da prova, levantou cedo e de cabeça erguida, atitude decidida, foi fazer a mesma. Passou com ótima colocação. Cursou os cinco anos e tornou-se executiva da contabilidade. Seu sonho de ser atriz, esse ficou sufocado dentro do peito, o mundo perdeu a melhor atriz que poderia vir a nascer. Uma atriz de alma e coração. Uma atriz com dom natural, aquele dado por Deus ao nascer, que todos recebem algum dom ao nascer.
O sonho de ser estilista, ela realizou em parte, cursou o curso técnico de produção de moda, trabalhou em algumas indústrias criando coleções, escreveu colunas em jornais sobre moda, e depois deixou esse sonho de lado, pois o mercado da moda é estafante e extremamente concorrido e se cansou disso.
Mas o sonho de ser escritora permanecia vivo. Começou a escrever, e escreveu um livro de poemas, o qual não publicou. Escreveu um livro de contos, e tentava de todas as formas editá-lo através das editoras desse Brasil afora. Decepcionada, descobriu que no Brasil, editar um livro custa muito caro, não é como na Europa, que os escritores são pagos para escrever. Assim, continuou sonhando, até que conseguiu a aprovação de uma Editora do Rio de Janeiro e conseguiu publicar sua primeira obra. O lançamento foi um sucesso, muitas entrevistas, muitas palestras, e ainda hoje, Luana busca levar suas histórias objetivando propagar a esperança e a fé, sem as quais ninguém pode ser feliz.
Acredita Luana, que toda semente boa plantada produz bons frutos, mesmo que essa semente demore a germinar, pois fazer o bem, mesmo que às vezes, sob lágrimas, sempre traz gratificação indescritível, que dinheiro nenhum no mundo pode pagar.