sexta-feira, 8 de julho de 2011



Amar não é sinônimo de ser amado




Prescila Alves Pereira

Quão belas são as palavras de um sedutor, os gestos e carinhos, meticulosamente calculados.
E quão cruel são os gestos do desprezo, do abandono.
Acreditam que sem falar a verdade, nos protegem e assim, se afastam sem nada dizer.
No entanto, essa atitude fere o mais profundo do ser, onde nenhum remédio, nem o tempo, nem nada pode curar. Ferem a alma, estraçalham o coração, destroem a inocência, matam a esperança, enterram a auto-estima.
As lágrimas rolam pela face numa tentativa inútil de apaziguar a dor. Por vezes, a dor do coração causada pelo abandono, é tão grande, que externa em febre, que tomba o corpo numa cama, e esse passa a delirar a dor da alma através de palavras desconexas.
Como entender o coração? Como entender a atitude de um ser humano que te trata com carinho e atenção hoje e no outro dia, te trata com rejeição? Onde estará a sensibilidade de uma pessoa assim, que mata a alma, que fere o coração deixando cicatrizes eternas? Eu não sei dizer. Eu só sei dizer, que quando se é ferido assim um milhão de vezes na vida, você aprende, que por mais amor, carinho, atenção e dedicação que se dê a uma pessoa, isso ainda não é garantia de ser correspondido. Depois de levar muitos tapas da vida, você aprende, que a única garantia de não se ferir, não se machucar, é nunca amar ninguém.
No entanto, se você não ama ninguém, você vive em uma eterna solidão. Mas o que é pior: a solidão vivida sozinho ou a solidão compartilhada?
A bondade e o amor não são garantias de felicidade.

domingo, 3 de julho de 2011



O SONHO DE TODO SER HUMANO: o verdadeiro amor

Prescila Alves Pereira




Toda pessoa, independente de idade, cor, estado civil, condição sócio-econômica sonha arduamente em ser amado. Incondicionalmente amado. No entanto, o amor, o verdadeiro e puro amor, é raro, e na maioria das vezes, nunca acontece para algumas pessoas. Afortunados são aqueles que recebe a oportunidade de viver o puro e verdadeiro amor. Infelizes são os que o vivem apenas em sonhos.
O verdadeiro e puro amor, de acordo com o sagrado livro, a Bíblia, é aquele que não arde em ciúmes, é aquele que não busca os próprios interesses. Quantos amores assim você já viu? Eu vi apenas um em toda minha existência. Infelizmente, nunca vivi um assim.
O sonho de todo ser humano é ser incondicionalmente amado. Ser amado na sua forma única de ser. Ser admirado em seus trejeitos e erros, em seus atributos e defeitos. No entanto, a maioria das pessoas amam o sucesso, a beleza, a forma perfeita apregoada pelos inúmeros meios de comunicação.
Tenho visto muito sentimento de posse por ai. Agem como se o outro ser humano, objeto do desejo, fosse um bem sobre o qual se pode ter domínio próprio. Agem como se esse bem pudesse ser controlado em sua forma de agir, em sua forma de ser, em sua essência e totalidade. Seria isso amor? Se isso é amor, a Bíblia em seu conceito de amor errou feio. Sinceramente, acredito no conceito de amor puro e verdadeiro descrito em I Corintios 13, que diz:
Ainda que eu falasse a língua dos homens e dos anjos, e não tivesse amor, seria como o metal que soa ou como o sino que tine.
Ainda que eu tivesse o dom da profecia e conhecesse todos os mistérios e toda a ciência, e ainda que tivesse toda a fé, de maneira tal que transportasse os montes, e não tivesse amor, nada seria.
E ainda que distribuísse toda minha fortuna para sustento dos pobres, e ainda que entregasse meu corpo para ser queimado, e não tivesse amor, nada disso me aproveitaria.
O amor é sofredor, é benigno, o amor não é invejoso, o amor não trata com leviandade, não se ensoberbece.
Não se porta com indecência, não busca os próprios interesses, não se irrita, não suspeita mal.
Não folga com a injustiça, mas folga com a verdade.
Tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta.
O amor nunca falha, [...]
Permanecem a fé, a esperança e o amor, destas três, o maior é o amor.
Em simples palavras, o verdadeiro amor é aquele que deixa o outro ser livre pra fazer suas próprias escolhas, sem nada exigir, sem pressionar, sem obrigar.
O verdadeiro amor não controla e sorri com a felicidade do outro, mesmo que a felicidade do outro nos traga lágrimas aos olhos.
O verdadeiro amor é puro, inocente, meigo, sincero, verdadeiro. O verdadeiro amor produz alegria no olhar, dá brilho ao semblante, energia e vigor a quem ama e é amado. O verdadeiro amor jamais é egoísta. O verdadeiro amor realiza, constrói e derruba toda e qualquer barreira.
Quão afortunados são os que amam e assim são amados. Porque esse é o amor espiritualizado, o amor que vai além da própria vida. A única coisa que levamos para o além, é o amor que doamos e o amor que recebemos.