sábado, 16 de janeiro de 2010


SE FOSSE FÁCIL SER PATRÃO, NINGUÉM SERIA EMPREGADO

Prescila Alves Pereira

Todo empreendedor já ouviu alguém dizer: deve ser maravilhoso ser dono do próprio negócio. Com certeza, ser dono é um privilégio. No entanto, para ser dono é necessário vocação. Há pessoas que possuem o conhecimento, o capital necessário, mas se abrir seu próprio negócio vai fracassar. Digo isso com propriedade, uma vez que em meu trabalho tenho visto pessoas chegarem com pique e sonhos lindos para abrirem seu negócio. Abrem, mas infelizmente, há cada dez empresas que abrem, cinco permanecem, e ás vezes até menos. Para ser empreendedor, é necessário averiguar se você possui as características de um empreendedor, como exemplo, aquele que tem vocação para ser dono, não gosta de horários pré-estabelecidos, porque a pessoa que é dona de seu próprio negócio sabe que muitas vezes, terá que trabalhar em dias feriados, em domingos, noite à dentro, sem se importar com a canseira ou sono. O empregado não, ele tem seu horário de bater o cartão e se trabalha fora de hora, vai receber hora extra por esse trabalho. O empreendedor gosta de tomar suas próprias decisões e assumir os riscos dessa decisão, enquanto o empregado segue ordens, sendo o risco de quem deu a ordem. O dono corre o risco de ter ou não ter lucro no final do mês. O empregado aprecia saber o quanto vai receber no final do mês. O dono sabe que para manter seu negócio no competitivo mercado de trabalho, terá que inovar sempre, enquanto que o empregado tem certa estabilidade em sua função. Para ser dono, você precisa saber lidar com pessoas, precisa saber ser diplomático, reconhecer os nichos de mercado, saber liderar e tomar as decisões que forem necessárias, ser um excelente gestor de negócios, um excelente vendedor para vender sua idéia. O bom empreendedor é como um incansável atleta, que treina sem parar buscando sempre a perfeição daquilo que faz. O bom empreendedor sabe ser humilde o suficiente para prestar atenção nas críticas que seu público cliente faz, e sabe aceitar os elogios sem achar que já chegou ao topo e não precisa buscar mais. Porque o verdadeiro empreendedor reconhece que sempre haverá algo no que melhorar. A perfeição tem que ser uma busca contínua, porque sempre há uma forma de fazer melhor.
Para a pessoa que acredita possuir a vocação para ser um empreendedor, sugiro que ao abrir seu negócio, abra-o pela oportunidade que o mercado oferece e jamais pela necessidade. Esse é o maior erro que as pessoas cometem ao abrir um negócio. Abrem pela necessidade de ganhar dinheiro e não se preocupam em fazer uma pesquisa de mercado para avaliar as probabilidades de sucesso de seu empreendimento. Caso o mercado já esteja saturado daquilo que você planeja abrir, o melhor é procurar outra opção, ou inovar em alguma coisa que ninguém esteja oferecendo dentro dessa área. Do contrário meu amigo, as probabilidades de seu negócio dar certo são mínimas. Mesmo que você tenha vocação para ser um empreendedor, busque muita informação de como bem administrar o seu negócio. Afinal, a boa administração é imprescindível para um empreendimento dar certo. O que não falta são instituições que oferecem cursos sobre o assunto. Seu próprio contador tem o dever de auxiliar você nisso. Abrir seu próprio negócio não é nada fácil. Abrir e ter sucesso menos ainda. Mas não é impossível, basta orientação adequada, planejamento, pesquisa de mercado e muita disposição para fazer dar certo.
Infelizmente, ser patrão ou empregado não é uma questão de escolha, mas de vocação. Assim sendo, se sua vocação é ser empregado, não fique triste com isso, pois você pode ter muito sucesso como empregado. É um erro acreditar que só fazem sucesso àqueles que conseguem serem donos. Conheço muitas pessoas que são empregadas e que estão bem melhor, financeiramente falando, do que muitos donos. O importante é ser feliz naquilo que você for fazer e sempre dar o melhor de si e, com certeza o sucesso chegará pra você.

sábado, 9 de janeiro de 2010


ANO NOVO, VIDA NOVA: SERÁ MESMO?
Prescila Alves Pereira

Já dizia Fernando pessoa que “há duas formas de viver a vida: Uma é acreditar que não existe milagre; a outra é acreditar que todas as coisas são um milagre.”
Com a entrada de um novo ano, muitos de nós gostamos de acreditar que tudo será diferente. É como se uma nova vida começasse. Mas será possível começarmos uma nova vida sem determinação, sem metas pré-estabelecidas, sem sonhos almejados, sem planos de ação traçados? Até que ponto isso realmente é verdade? Será mesmo que a mudança dos números que passaremos a escrever nas datas e a observar nos calendários, possui um poder tão grande, a ponto de modificar nossa forma de agir, de ser, de pensar? Será mesmo?
Creio que para o ano ser diferente, é necessário muito mais que a mudança de números, é preciso uma atitude determinada por parte de cada um, disciplina e muita vontade de ser diferente. Mas para isso, não é necessário um ano novo, pode começar hoje mesmo.
No entanto, há de se observar, que toda mudança requer algumas percas. Assim sendo, é fundamental perguntar a si mesmo até que ponto você quer realmente mudar. Até que ponto você esta descontente com a sua vida. Fazer um balanço do que você vai perder e do que vai ganhar com as mudanças. Se no ano que terminou você acumulou mágoas, se sentiu frustrado por sonhos não alcançados, por metas inatingidas, você deve olhar pra dentro de si mesmo e se perguntar: até que ponto essas metas, sonhos ainda são importantes para mim hoje a ponto de dispender energia para realizá-los? Se ante essa indagação, você concluir que alguns dos seus sonhos e metas de vida perderam a importância, renove-os. Afinal, é pra isso que serve todo recomeço.
Para todo recomeço, é extremamente importante olhar ao redor e pra dentro de si mesmo, porque toda mudança, seja ela de que natureza for, deve primeiramente vir do interior da alma e do coração, do contrário, nada será real e satisfatório. Ser você mesmo, estar de bem consigo mesmo é que faz toda a diferença em seu universo.
Para qualquer meta estabelecida é necessário planejamento e ação. Não fique esperando de braços cruzados, porque nada meu amigo, minha amiga, cai do céu. Todo sucesso depende do quanto você esta disposto a investir na busca de seu objetivo. Dessa forma, pare de ficar assistindo o sucesso dos outros, pare de ficar se fazendo de vítima da vida e comece a se mexer para que seu próprio sucesso aconteça. Ninguém é responsável por seus fracassos. Você e tão somente você é responsável por seu fracasso ou sucesso. Acredito que todas as coisas são um milagre, mas que temos que tomar uma atitude diante da vida para que Deus aja a nosso favor, e só assim o meu, o seu milagre irá acontecer. Acreditar sem olhar pra trás, buscar a perfeição em tudo o que fizer, manter a cabeça erguida e o coração cheio de amor e fé, isso faz a diferença na sua vida.
Nesse novo ano, derrube os preconceitos, os rancores, a inveja, o medo, o sentimento de inferioridade e acredite você é filho do Arquiteto do Universo e possui toda a capacidade de conquistar seus sonhos, de alcançar suas metas.
Lembre sempre: o mundo ao seu redor reflete o que você acredita ser. Assim sendo, acredite que você possui a força necessária para realizar seus sonhos, para atingir suas metas. Afinal, você é filho do dono do Universo e herdeiro legítimo d’Ele. Com Ele, você pode todas as coisas.



SOZINHO(A) NO DESERTO DA VIDA
Prescila Alves Pereira

Mesmo estando rodeado por pessoas, você já se sentiu sozinho no deserto? Você já teve a sensação de que ninguém se importa com o que você esta passando? A sensação de que todas as portas estão fechadas pra você? A sensação de que Deus não esta nem ai pros seus problemas? Você não é o único. Essa semana, recebi uma mensagem verídica escrita por John Powell, S.J., professor de Teologia da fé da Universidade de Chicago, E.U.A, que dizia assim: “Um dia, há muitos anos atrás, eu estava de pé na porta da sala, esperando meus alunos entrarem para nosso primeiro dia de aula. Foi aí que vi Tom pela primeira vez. Não consegui evitar que meus olhos piscassem de espanto. Ele estava penteando seus cabelos longos e muito loiros, que batiam uns vinte centímetros abaixo dos ombros. [...]. Mesmo sabendo que o que importava não é o que está fora, mas o que vai dentro da cabeça, naquele dia eu fiquei um pouco chocado. Imediatamente classifiquei Tom com um “E” de estranho. [...].Tom acabou se revelando o “ateísta de plantão” do meu curso de Teologia da Fé. Constantemente fazia objeções ou questionava sobre a possibilidade de existir um Deus que nos amasse incondicionalmente. [...]. No fim do curso, ele perguntou-me em tom irônico: - O senhor acredita mesmo que eu possa encontrar Deus algum dia? – Não! Em não acredito! – respondi. – Ah! – ele respondeu – Pensei que era este o produto que o senhor esteve tentando nos vender nos últimos meses. Deixei que ele se afastasse um pouco e falei, bem alto: - Eu não acredito que você consiga encontrar Deus, mas tenho absoluta certeza de que Ele o encontrará. Tom deu de ombros e foi embora da minha sala e da minha vida. Algum tempo depois, soube que Tom havia se formado e estava com câncer terminal. Antes que entrasse em contato, ele veio me ver. Sua aparência física estava devastada, mas seus olhos brilhavam e sua voz era firme. – Tom, ouvi dizer que esta doente. – falei. – É verdade. Tenho câncer terminal. É uma questão de semanas. – Como é ter 24 anos e saber que esta prestes a morrer? – perguntei. – Acho que poderia ser pior. Eu poderia ter 50 anos e não ter noção de ideais. – respondeu. – Mas a verdadeira razão pela qual estou aqui foi a frase que o senhor me disse no último dia de aula, quando falou que Deus é quem me encontraria. Na época, não dei importância; mas com o câncer, comecei a procurar Deus com seriedade. Com o avanço da doença, comecei a dar murros nas portas de bronze do paraíso. Mas Deus não apareceu. – O senhor já tentou fazer alguma coisa por um longo período sem sucesso? – perguntou Tom. A gente fica cansado, desanimado, e passa a desacreditar da existência de um ser superior. Com isso, lembrei de uma frase que o senhor certa vez disse: “A tristeza mais profunda, sem remédio, é passar pela vida sem amar. Mas é quase tão triste passar pela vida e deixar esse mundo sem jamais ter dito às pessoas queridas o quanto você as amou.” Assim, resolvi dizer às pessoas que me são queridas o quanto as amo. Com isso, descobri que lá estava Deus. Ele não veio ao meu encontro quando-lhe implorei. Parece que Deus não se deixa impressionar. Ele age a seu modo e a seu tempo.Ele me encontrou, mesmo depois de ter desistido de procurar por Ele.”
Deus se importa com o seu deserto. Enquanto você esta no deserto da vida, Deus esta agindo por você. É no silêncio que Deus trabalha. É na dor que Deus age. Porque na alegria, Deus comemora com você. Mas na sua dor, Ele te carrega nos braços. Enquanto há tempo, diga pras pessoas que lhe são queridas, o quanto você as ama. Essas pessoas, podem estar sozinhas no deserto da vida, precisando de um abraço, de uma palavra de conforto, de um simples sorriso. Tudo aquilo que você fizer para seu próximo, retornará em dobro para você. Seja o bem, seja o mal.

segunda-feira, 4 de janeiro de 2010



A MELODIA DE UM POEMA


Por Prescila Alves Pereira
Autora do livro “RETRATOS DE UMA VIDA” e participação em diversas coletâneas.

(ministro palestra sobre o tema - contato: prescilaalvespereira@msn.com)

a) DECLAMAR: sinônimo de cantar

Declamar é quase sinônimo de cantar. Porque para declamar, é necessário dar a entonação correta a cada palavra escrita no poema. Para declamar, é necessário interpretar com a voz, dar significado amplo e significativo para cada palavra, cada frase do poema. Assim sendo, ter uma perfeita dicção é importante. Para declamar, é importante escolher um fundo musical que tenha harmonia com o poema a ser declamado. Por exemplo, se o poema é romântico, a música de fundo DEVE ser romântica. Se o poema é auto instrutivo, a música deve também possuir conteúdo auto instrutivo, e assim sucessivamente.
Ao cantarmos uma música, alteramos a voz várias e várias vezes, de acordo com o significado da palavra. Assim também deve ser ao declamarmos um poema. Deve haver alteração do tom de voz quantas vezes forem necessárias. A diferença é mínima. Ao cantarmos, a voz é mais rápida. Ao declamarmos, a voz deve ser mais pausada.

b) DECLAMAR: sinônimo de representar

Para declamar um poema de forma expressiva e significativa aos que assistem a declamação, é NECESSÁRIO dar uma interpretação que atraia a atenção daqueles que assistem a declamação. Por esse motivo, declamar também é sinônimo de representar.
Imagine a seguinte situação: uma pessoa vai até o microfone e fala o poema sem sair do lugar, apenas fala, sem fundo musical, sem entonação na voz, fala como se estivesse lendo um texto qualquer. Qual o atrativo nisso? Nenhum.
Imagine outra situação totalmente oposta a anterior: uma pessoa sai do lugar onde estava sentada, de forma teatral, pega o microfone na mão, cita o título do poema e autor do poema. Uma música começa a tocar leve e suave. A pessoa aumenta o tom da voz, caminha pelo palco, corre, agacha, chora, sorri, avança para os ouvintes da platéia, envolve-os, vivencia o poema, dá vida ao poema. Qual o atrativo? Todo.
A diferença é grande. Na primeira situação, não houve interpretação, não houve vida, não houve envolvimento. Não houve compromisso com a platéia. Assim, é uma coisa maçante, com quase nenhum significado.
Na segunda situação, houve musicalização das palavras. Houve interpretação ampla e profunda do texto. Houve teatro. O ator deu vida ao poema. O autor envolveu a platéia. O autor transportou a platéia para o mundo descrito no poema. É uma situação maravilhosa, gostosa de ouvir e ver.
“TODO POEMA POSSUI VIDA, SÓ DEPENDE DE QUEM O INTERPRETA.”

c) O TOM ADEQUADO À NATUREZA DO TEXTO

Na poesia, a declamação de um texto exige que o recitador se distancie da dicção da linguagem quotidiana e encontre o tom adequado à natureza do texto que está a declamar. Uma coisa é recitar um soneto clássico e outra bem diferente é recitar um poema de Álvaro de Campos, da Prescila Pereira, o que significa que a tipologia do discurso é importante para sua concretização recititiva. Alguns aspectos formais podem também influir na declamação poética: a rima, as pausas, a colocação dos acentos rítmicos, o vocabulário, etc.
A intensidade da leitura recitativa está também intimamente ligada ao timbre de voz do locutor e à sua capacidade de interpretação da expressividade do poema. O excesso de afectação(gestos e entonações) na leitura pode redundar numa recitação artificial ou totalmente inadequada ao texto. A declamação deve ser uma representação sim, mas de forma natural. Assim sendo, quem declama deve escolher um texto o mais próximo possível de seu conteúdo de vida, ou seja, de acordo com suas emoções, suas crenças, a mensagem que quer passar para a platéia, sua linguagem. Escolher um texto muito fora da realidade de quem vai declamar é um erro, porque dificilmente será uma representação natural, mas sim forçada a que tira a beleza de toda a declamação.
O contexto do exercício da declamação pode ainda influir no tipo de intensidade posto na leitura — o público determina sempre um certo grau de ansiedade de influência no declamador, o que é extremamente normal e prazeroso: é a chamada adrenalina. A pessoa que vai declamar deve aprender a usar essa ansiedade em favor de sua representação. Por exemplo, se a pessoa começa a tremer muito, use gestos que não demonstrem essa tremedeira. Se a voz fica muito alta por causa da ansiedade, fique mais afastado do público para não deixar todo mundo surdo, etc.
d) O ESPELHO: um importante aliado

Todo artista sabe a importância de ensaiar seu texto em frente a um espelho, de preferência de corpo inteiro. Se não tiver o de corpo inteiro, ensaie na frente daquele que tiver. Importância essa devido ao reflexo da imagem do declamador, refletindo os acerto e os erros, o que possibilita um aperfeiçoamento maior dos gestos.
Ensaiando na frente do espelho, pode se corrigir as falhas. Pode se aperfeiçoar os gestos, dar mais vida e significado ao poema.
e) A IMPORTÂNCIA DE GRAVAR

Outro aliado importante para quem gosta de declamar poemas é o gravador. Gravando sua voz ao ensaiar, pode-se corrigir os tons de voz, verificar onde dar maior entonação, onde suavizar mais a voz.
Ao dar tons para a voz, é importante jamais esquecer que há um tom correto para cada tipo de texto. Por exemplo: um texto dramático requer drama na voz; já um texto romântico requer uma voz doce e suave. Um texto que tem como objetivo influenciar, implantar uma idéia, requer determinação, decisão e segurança na voz.
É importante também o ator que declama, criar uma característica só sua, uma característica que o identifique. Não precisa copiar ninguém, apenas criar em cima daquilo que lhe apraz. É isso que faz toda a diferença.

“TODA IDÉIA TRANSMITIDA REQUER AMOR E MUITA RESPONSABILIDADE.”