segunda-feira, 14 de dezembro de 2009


A HIPOCRISIA DA EDUCAÇÃO MORAL
Prescila Alves Pereira

O fato de uma jovem estudante estar usando um vestido rosa um pouco acima do joelho em ambiente universitário, causou extremo transtorno, e foi notícia no mundo todo. O caso chegou a envolver o Ministério Público e a Polícia. As opiniões sobre o ocorrido se dividiram.
Recentemente, terminei um trabalho sobre a forma adequada do professor se vestir em seu ambiente de trabalho, ou seja, na sala de aula. O que me choca, é que em minhas pesquisas, verifiquei muitas professoras usando vestido, shorts, bem mais curtos do que o vestido que Geyse Arruda estava usando quando foi tratada como uma prostituta. Onde está o erro? Preciso questionar.
Em minhas pesquisas, averigüei que não existe uma lei federal que estabeleça o modo correto do professor se vestir em seu ambiente de trabalho. Os estatutos internos também não se preocupam com esse detalhe: a vestimenta do professor. Alguns podem dizer: mas isso aconteceu em São Bernardo do Campo e não aqui no Paraná, e foi com uma aluna e não com uma professora. Ora, a educação moral ultrapassa fronteiras, assim sendo, não há que se falar em localização. Uma coisa é certa, se queremos uma conduta adequada por parte de nossos alunos, devemos antes dar o exemplo. Não sei dizer como os professores da Uniban se vestem. Me pergunto: será que em algum dia, algum momento, o Diretor da Uniban ou o Coordenador de curso, ou ainda, um professor, foi até a sala de aula e falou sobre como os alunos desta instituição deveriam se vestir? Duvido muito.
A questão é de interesse nacional, porque se queremos comportamento adequado por parte de nossos alunos, devemos ter esse comportamento adequado antes de qualquer exigência. ABREU & MASSETO (1999, pg.115) afirma que: “É o modo de agir do professor em sala de aula, mais do que suas características de personalidade que colabora para uma adequada aprendizagem dos alunos; fundamenta-se numa determinada concepção no papel do professor, que por sua vez reflete valores e padrões da sociedade.”

As regras de etiqueta social é uma espécie de código através da qual informamos ao mundo como fomos preparados para conviver com as pessoas.
RIOS (1999, pg. 23) entende que “a ética se apresenta como uma reflexão crítica sobre a moralidade, sobre a dimensão moral do comportamento do homem.”
Sendo a ética um reflexo da moral e dos bons costumes, o professor como educador deve primar por um comportamento que gere respeito por parte de seu aluno, não apenas na forma de agir, mas também na forma de se vestir. É através de nossas vestes que transmitimos a primeira impressão de quem somos. Considero a reação da UNIBAN frente ao caso em questão imaturo. Chamar a aluna e os alunos que reagiram de forma totalmente inadequada aos padrões sociais normais, para um diálogo educativo, teria resolvido o problema e evitado tanto transtorno para todos. Os atos falam muito mais que as palavras.Como esperar por educação quando não se age com educação?

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