quarta-feira, 6 de abril de 2011


NO MAR REVOLTO DA VIDA Prescila Alves Pereira Quantos sonhos abandonados. Quantas lágrimas disperdiçadas. Quantas palavras jogadas ao vento sem obter o resultado esperado. E agora? O que trará o futuro? Haverá um futuro? Fiz tanto e ao mesmo tempo tão pouco. Construi tanto e nada ao mesmo tempo. Onde estão meus amigos? Muitos já partiram pra sempre. Onde estão meus troféis? Não sei dizer. E os sorrisos? Muitos valeram a pena, outros foram forçados. O mundo não entendeu meu propósito de vida e de ser. Muitos não compreenderam meus gestos de carinho e amizade e me abandonaram no meio da estrada, com um sentimento amargo de abandono e injustiça. Por que as pessoas tentam encontrar justificativa para todo ato de bondade? Por que as pessoas não entendem a amizade, o amor sem interesse? Por que será? É o mundo capitalista com base em uma vida de permuta eterna. Que pobreza de espírito! Toda amizade, carinho, amor só tem sentido, quando doado sem esperar por recompensa. Mas há muito a evoluir pra entender esse princípio divino de doação. Muitas realizações. Muitos elogios. Muito sucesso, dizem alguns. Por que então sinto que nada fiz? Por que sinto que nada construi? Onde estão meus troféis? Quantos quilômetros tenho ainda a caminhar até o fim da estrada? Já me sinto tão cansada. Quanto ainda falta? E o que projeto levantarei para que a vida possua algum sentido, alguma expectativa? Às vezes o caminho é tão leve e divertido, outras tão pesado e sem sentido. Ao final, ficam as alegrias, os sorrisos compartilhados, os momentos simples, singelos, felizes. Esses sim, são eternos. Tantas despedidas, que deixam lágrimas molhando a face e lavando a alma. Tantas lembranças doces que se fixam na memória para desenhar um sorriso nos lábios nos momentos de buscas e saudades. Há vida, doce e amarga. Linda e misteriosa. Feliz e triste. Quantas surpresas inesperadas que requer sabedoria e sensatez para vivê-la, para usufruí-la. Vida com sabores diversos, perfumes inusitados, experiências valiosas. Assim é minha vida, como um mar revolto em plena tempestades e outros calmo, doce e tranqüilo com paz de espírito. Que bom que é assim, porque a vida, pra ter sentido, precisa da dose certa de adrenalina e aventura e o tempero adequado de paz e tranqüilidade. E que venha o futuro, com todas as suas surpresas.

Um comentário:

Guti Fraga disse...

Olá Prescila!
Lindo texto, sério, profundo e cheio de esperanças.
Teus escritos são uma construção em tua personalidade.
Fica em paz!
Abraços,
Guti Fraga.