sábado, 9 de janeiro de 2010


SOZINHO(A) NO DESERTO DA VIDA
Prescila Alves Pereira

Mesmo estando rodeado por pessoas, você já se sentiu sozinho no deserto? Você já teve a sensação de que ninguém se importa com o que você esta passando? A sensação de que todas as portas estão fechadas pra você? A sensação de que Deus não esta nem ai pros seus problemas? Você não é o único. Essa semana, recebi uma mensagem verídica escrita por John Powell, S.J., professor de Teologia da fé da Universidade de Chicago, E.U.A, que dizia assim: “Um dia, há muitos anos atrás, eu estava de pé na porta da sala, esperando meus alunos entrarem para nosso primeiro dia de aula. Foi aí que vi Tom pela primeira vez. Não consegui evitar que meus olhos piscassem de espanto. Ele estava penteando seus cabelos longos e muito loiros, que batiam uns vinte centímetros abaixo dos ombros. [...]. Mesmo sabendo que o que importava não é o que está fora, mas o que vai dentro da cabeça, naquele dia eu fiquei um pouco chocado. Imediatamente classifiquei Tom com um “E” de estranho. [...].Tom acabou se revelando o “ateísta de plantão” do meu curso de Teologia da Fé. Constantemente fazia objeções ou questionava sobre a possibilidade de existir um Deus que nos amasse incondicionalmente. [...]. No fim do curso, ele perguntou-me em tom irônico: - O senhor acredita mesmo que eu possa encontrar Deus algum dia? – Não! Em não acredito! – respondi. – Ah! – ele respondeu – Pensei que era este o produto que o senhor esteve tentando nos vender nos últimos meses. Deixei que ele se afastasse um pouco e falei, bem alto: - Eu não acredito que você consiga encontrar Deus, mas tenho absoluta certeza de que Ele o encontrará. Tom deu de ombros e foi embora da minha sala e da minha vida. Algum tempo depois, soube que Tom havia se formado e estava com câncer terminal. Antes que entrasse em contato, ele veio me ver. Sua aparência física estava devastada, mas seus olhos brilhavam e sua voz era firme. – Tom, ouvi dizer que esta doente. – falei. – É verdade. Tenho câncer terminal. É uma questão de semanas. – Como é ter 24 anos e saber que esta prestes a morrer? – perguntei. – Acho que poderia ser pior. Eu poderia ter 50 anos e não ter noção de ideais. – respondeu. – Mas a verdadeira razão pela qual estou aqui foi a frase que o senhor me disse no último dia de aula, quando falou que Deus é quem me encontraria. Na época, não dei importância; mas com o câncer, comecei a procurar Deus com seriedade. Com o avanço da doença, comecei a dar murros nas portas de bronze do paraíso. Mas Deus não apareceu. – O senhor já tentou fazer alguma coisa por um longo período sem sucesso? – perguntou Tom. A gente fica cansado, desanimado, e passa a desacreditar da existência de um ser superior. Com isso, lembrei de uma frase que o senhor certa vez disse: “A tristeza mais profunda, sem remédio, é passar pela vida sem amar. Mas é quase tão triste passar pela vida e deixar esse mundo sem jamais ter dito às pessoas queridas o quanto você as amou.” Assim, resolvi dizer às pessoas que me são queridas o quanto as amo. Com isso, descobri que lá estava Deus. Ele não veio ao meu encontro quando-lhe implorei. Parece que Deus não se deixa impressionar. Ele age a seu modo e a seu tempo.Ele me encontrou, mesmo depois de ter desistido de procurar por Ele.”
Deus se importa com o seu deserto. Enquanto você esta no deserto da vida, Deus esta agindo por você. É no silêncio que Deus trabalha. É na dor que Deus age. Porque na alegria, Deus comemora com você. Mas na sua dor, Ele te carrega nos braços. Enquanto há tempo, diga pras pessoas que lhe são queridas, o quanto você as ama. Essas pessoas, podem estar sozinhas no deserto da vida, precisando de um abraço, de uma palavra de conforto, de um simples sorriso. Tudo aquilo que você fizer para seu próximo, retornará em dobro para você. Seja o bem, seja o mal.

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